Diário do Centro do Caos

De fora da minha janela, ecoa um silêncio culpado
Parece domingo, mas sem o sereno
Parece até meia noite no Centro
parece um local que foi abandonado

Eu saio a rua atrás de um motivo
de gente, de carne, de um rosto amigo
e só o que eu vejo é o sangue pisado
no qual eu  repiso sem o peso devido

Eu lembro de ler que o olho do tornado
não é tão escuro e nem tão violento
que enquanto o envolto é esfacelado
o clima é calmo e claro por dentro

Aqui no Diário do Centro do Caos
transmito as ondas de dentro de casa
a quem interesse esse frágil sinal
Há ainda vida na cidade
fantasma.

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