Nota

Deixo aqui nesta mesinha, na folha em branco de recados, minha desculpa por não vir mais frequentar este ambiente. Confesso que tenho me forçado, de maneira improdutiva e contra producente, a tentar dar uma chance ao que outrora pensei ter talento para fazer, sem sucesso. Há meses, quase ano, que não sai de mim absolutamente nada que me agrada, que me encanta, que eu passo dias repetindo e que me da vontade de contar, recitar para as pessoas que eu confio, coisa que muito já fiz. Sou muito orgulhoso disso aqui. Acho que, se posso dizer, é o que fiz que me deu mais orgulho nesses breves vinte e três anos de minha existência. Escrevo desde que me conheço, escrevo aqui desde os meus dezesseis anos, mas parece que já não escrevo mais. Talvez eu tenha espremido tudo que havia para tirar ou talvez eu tenha me tornado menos, bem menos do que eu esperava quando tudo isso começou. Eu sei reconhecer meus momentos, o começo, a melhora, meu ápice. Por que não haveria de saber reconhecer o fim?

Tudo isso é pra dizer que eu já não tenho mais comprometimento de escrever aqui nestas páginas que foram minhas companheiras pela minha caminhada. Que foram tudo e nada pra mim durante os mais variados momentos. Que me salvaram e ainda salvam quando releio aquilo que já tive de mais bonito.
Fui "poeta" antes de ser estudante de direito, estagiário, advogado ou qualquer outra atribuição tão mais medíocre que se aplique a minha existência.

Não quero, e não devo, me forçar mais a produzir coisas das quais já não me orgulho, e admitir isso publicamente, ou, simplesmente, registrar aqui para que eu me lembre, vai me ajudar a entender que já não sou mais a pessoa que fui e que não preciso todos os dias tentar voltar a ser.

Na verdade, nunca fui poeta, mas fiz alguma poesia.

Agora, volto a ser somente leitor das minhas próprias linhas.

Um "até logo" aos navegantes que por aqui se aventuraram, se é que ainda existe alguém aí.

Ps: Já não frequento mais a minha varanda, e já não tenho mais insônia.

David.

Comentários

  1. Talvez o que te inspirava fosse a tristeza e solidão que já não te encontram nas madrugadas solitárias. Fico profundamente feliz por vc, querido, apesar de confessar que sentirei saudades. Bom, faz parte, né

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  2. A poesia perde a força quando vira hábito.
    São fazes, Davizão. Acredite, se está dentro de você, vai voltar.
    Forte abraço!

    *eu acredito que está

    (comentario corrigido)

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