SA
madrugada estico o braço pra buscar o cigarro derrubo o copo da cabeceira o chão molhado, quatro da manhã uma hora olhando pro teto fumar no meio da noite tem ajudado a náusea não sei porque mas tenho acordado suado as dores que descem da nuca percorrem até a cintura me incomodam apenas o suficiente pra eu não me acostumar. pisco, cinco e meia o atraso me levanta com pressa maldito relógio chinês maldita China o piso de porcelana não absorveu a água eu caio. bato a cabeça na cama e o sangue vermelho jorra todo o meu sofrimento. ali parado navego nas minhas memórias e sou capitão do barco daquela poça escarlate como eu vim parar aqui? eu me pergunto eu queria ser alguma coisa e agora eu sou um pouco melhor que o grampeador não muito eu tenho uma função eu sento atrás de uma mesa em uma sala com outras pessoas e coisas e faço algo que eu não entendo direito nessa grande linha de produção chamada socied