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Mostrando postagens de setembro, 2015

Inquilinos

Hoje cedo eu acordei um tanto desabrigado me senti fora de casa até dentro do meu peito culpa dos inquilinos esses tão recém chegados mas tão mal acostumados que acham que tem direito de mudar minha mobília passar vassoura na casa tirar a poeira grudada nos cantos que eu nem mexia com medo de velhas memórias e do que encontraria acho até que estou gostando de minhas novas companhias.

Moral da história

Morreu o mendigo da rua a bairro acordou de luto não abriu mercearia nem a banco do jornal eu contei pra minha mãe que eu nem fiquei surpreso o sr, de tão enxuto uma hora sumiria. Ao cair da tardezinha o silêncio tomou conta e não é que me desponta o tal desaparecido eu corri, fui ao encontro e indaguei de prontidão o sr não tinha morrido ou é só assombração? Com um sorriso amarelo e um ar descabelado encostou, olhou pro lado pra poder me explicar "Eu tirei a minha vida por um dia e mais um pouco porque é quando a gente some que começam a notar"

Chicletes

A questão era muito simples, e aliás, nunca pareceu complicado na sua cabeça. Enquanto aquele pensamento pairava em sua consciência, o cigarro queimava os dedos em que repousava. Era o quinto seguido, último do maço daquele dia. O doutor havia mandado parar com essa mania, recomendava mascar chiclete. "Mascar chiclete" balbuciava, "que filho da puta". E então, voltava seu pensamento a questão que vinha lhe incomodando já há algumas horas: o fato de Maria ter lhe deixado sem explicação alguma. A vida tem dessas coisas. Nem tudo é feito pra se entender. E tem coisas que literalmente não são. E ele sabia disso. Mas sempre havia sido tão fácil entender Maria. Maria era um dos seres mais doces que ele já havia conhecido. Mesmo ao lado de um ser repugnante como ele, nunca levantava a voz, nunca o reprimia. Mesmo quando ele religiosamente ofendia tudo que ela, por livre e espontânea vontade, havia escolhido acreditar, ela nunca tinha deixado de olhar pra ele com a mais b

Agenda

Eu ando descuidado movido pelo imprevisto sem plano, sem planejamento cansado de medir meu tempo tentei começar uma agenda marcar todo meu compromisso já estamos no mês de Setembro e não me lembro de ter nela escrito Eu conto meus dias em pares e acordo tão desmotivado naqueles que eu não te vejo aqueles que eu durmo acordado que nem o café faz efeito prefiro manter o vazio guardar todas minhas risadas pros dias que meu compromisso é estar devagar ao seu lado.

Página do Poesia de Varanda

Olá. Não é comum eu fazer postagens aqui que não sejam poesias ou, mais recentemente, mini-contos. Mas tenho motivos para me ausentar de já tão esmerada tradição. Essa semana criei uma página no facebook em referência a esse blog. Antes de tudo, gostaria de dizer que a página não será simplesmente um espelho das poesias do blog, como era o primeiro objetivo. Decidi que uma proposta mais interessante seria compartilhar ali tudo aquilo que se relaciona com as minhas postagens daqui ou que me serve de inspiração para escrever esses, até o presente momento, quase cem textos publicados. Então, estaria, sempre que possível, atualizando a página com músicas, filmes, contos, fotografias e também outras poesias, basicamente, tudo que eu considere interessante. E claro, também, algumas das poesias que são publicadas aqui. No mais, fiquem a vontade para curtir a página, que pode ser acessada nesse link: https://www.facebook.com/poesiadevaranda Vejo vocês lá.

Centro ou outra coisa com você.

Eu quero ser o Centro quando você for orla e sair pra dançar  só pra te ver chegar na minha calçada  Eu quero ser bar quando você for rua e quiser apagar aquelas imagens que já não se escondem mais nos becos. e quando você for quarto eu quero ser sala de estar amar guardar os nossos porta sorrisos retratos.  e quando for pra longe eu quero ser casa pra você voltar chorar rezar ficar e (na) morar  comigo.

Repetição

Era dia, finalmente De te esquecer de uma vez Celebrei tão ciente Que tudo que tenho em mente É que agora, claramente Entendo o mal que me fez Encontrei outra menina Ainda um pouco inocente Faltam uns anos de vida Nada que ela não compense Com um sorriso independente Os caracóis sobre os ombros E os ombros sobre o presente Talvez eu ate me apaixone Mas aceito se for só costume Quem sabe ela não me aprume de um sorriso que há tempos Não se arruma livremente Nos sulcos das minhas bochechas em meu amarelo dos dentes O que importa nessa história É que é feita de tristezas E que, assim, seus consequentes não serão suficientes para que eu não me esqueça que hoje cedo era dia. Finalmente.