Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2014

Poesia fotográfica

As nuvens choviam de cima meu rosto olhando pro alto chorando as mágoas vazias mas água nenhuma saia - Miséria ou misericórdia não aguento viver nesse asfalto que empurra sua nova rotina quadrada, goela abaixo. E então me questiono distante se hoje, o chão empossado é fruto do céu que desaba ou já do meu rosto cansado Enchente vem devagarinho E faz-me em mundo isolado ilhota, e eu prisioneiro cercado de água por todos os lados.

Modus Operandi

Desde pequeno eu ouço quieto "quem tem pressa come quente" então aparentemente eu não fiz minha lição já quero deixar bem claro que pensar não é o forte se pensar fosse meu norte não tomava decisão mas acordo no outro dia cabisbaixo, em silêncio navegando pelo tempo procurando encontrar solução, mas é frustrante tento ser cabeça fria esta que esta mais vazia que as fotos no celular. Me indago então sozinho refletindo a existência como essa procedência fez morada na rotina e o começo desejado foi então dilacerado apagar, deixar de lado pra com pé direito entrar.

Indígena

Sentado, no meio da selva Eu ouço o som do silêncio Dos deuses falando comigo As vozes ecoam por dentro A lua me olha distante E as crenças que tanto me lembro Me assombram na noite escura Se materializam no tempo De longe, no alto da serra Eu vejo um ser flamejante Com olhos por todo o couro Percebo a serpente gigante Que desce em rastro de fogo Incêndio aterrorizante Eu corro pra ver se me escondo Das cenas do inferno de Dante E em súbito e vão movimento Encaro a maldita em face Nos olhos reluzem os outros Que deste já não fazem parte Congelo, de olhos cerrados E espero sozinho o abate Os abro, e nada encontro Miragem ou realidade? *Em referência a lenda indígena do Boitatá.