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Egocentrismo

Preciso me reinventar pra ontem parece que estagnei de novo eu capitaneio o meu conforto em coisas que eu já tenha dito e ao repetir, me repito

Imposição ostensiva

Eu nunca me importei com autoridades fossem elas de qualquer tipo religiosas ou escolares desde que era bem pequeno. Caminhei um pouco na vida cresci, me tornei menos menino e os rostos daqueles que ordenam mudaram as linhas, mas não o discurso um tanto quanto perverso. E sempre achei, ainda acho que a reverência é devida à certos homens vividos por vezes, um tanto calados em outras, líderes natos falantes, desinibidos bem vestidos ou esculhambados mas nunca autointitulados. Homens adultos e suas fardas mostardas ou meninos frustrados em suas fraldas de pano? Com medo se apegam a suas medalhas e armas se tornam mais burros com o passar dos anos.

Impressões

Por mais estranho que possa parecer era fria a noite de verão talvez fosse o vento vindo de fora da janela aberta, do carro que eu dirigia talvez fosse o silêncio que aumentava a distância entre nós talvez fosse seu cabelo loiro de fogo, aceso que me tirava do sério e me fazia apertar o volante como se eu estivesse apertando sua cintura. Eu nunca me acostumei a ter muito e tratava tudo além do mínimo como mera  coincidência como sorte mas naquele momento parecia que eu havia sido convocado escolhido por alguma força divina por algo que até aquele momento eu jurava que não acreditava eu não sou de esconder sorrisos e nem sei disfarçar nervosismo eu suo, gaguejo, faça piadas ruins sou carente de aprovação, sim, mas quem não é? e ali, naquele momento acho que eu só queria ser um rascunho das minhas qualidades.

Diário do Centro do Caos

De fora da minha janela, ecoa um silêncio culpado Parece domingo, mas sem o sereno Parece até meia noite no Centro parece um local que foi abandonado Eu saio a rua atrás de um motivo de gente, de carne, de um rosto amigo e só o que eu vejo é o sangue pisado no qual eu  repiso sem o peso devido Eu lembro de ler que o olho do tornado não é tão escuro e nem tão violento que enquanto o envolto é esfacelado o clima é calmo e claro por dentro Aqui no Diário do Centro do Caos transmito as ondas de dentro de casa a quem interesse esse frágil sinal Há ainda vida na cidade fantasma.

Nota

Deixo aqui nesta mesinha, na folha em branco de recados, minha desculpa por não vir mais frequentar este ambiente. Confesso que tenho me forçado, de maneira improdutiva e contra producente, a tentar dar uma chance ao que outrora pensei ter talento para fazer, sem sucesso. Há meses, quase ano, que não sai de mim absolutamente nada que me agrada, que me encanta, que eu passo dias repetindo e que me da vontade de contar, recitar para as pessoas que eu confio, coisa que muito já fiz. Sou muito orgulhoso disso aqui. Acho que, se posso dizer, é o que fiz que me deu mais orgulho nesses breves vinte e três anos de minha existência. Escrevo desde que me conheço, escrevo aqui desde os meus dezesseis anos, mas parece que já não escrevo mais. Talvez eu tenha espremido tudo que havia para tirar ou talvez eu tenha me tornado menos, bem menos do que eu esperava quando tudo isso começou. Eu sei reconhecer meus momentos, o começo, a melhora, meu ápice. Por que não haveria de saber reconhecer o fim? T

Enfim

Por um lado tão surpreso Com incrível descoberta Um tanto quanto desolado Com o improvável desfecho Lembrava ainda do começo Do caminho e do medo E sentia então saudades de todos os seus fracassos O sucesso tem um preço e Geralmente cobra caro Felicidade aparente Frustração bem mais latente Por baixo daquele sorriso Tem uma vida dedicada Devota aquele projeto Como um religioso Ao descobrir que a criação não passa de um Acontecimento E assim como um utensílio Que perde o lugar na estante Um móvel fora de moda Um velho eletrodoméstico Um homem sem um propósito Ou estéril pelo sucesso Encontra novo objetivo Nas pilulas de cianeto.