Postagens

Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Diário do Centro do Caos

De fora da minha janela, ecoa um silêncio culpado Parece domingo, mas sem o sereno Parece até meia noite no Centro parece um local que foi abandonado Eu saio a rua atrás de um motivo de gente, de carne, de um rosto amigo e só o que eu vejo é o sangue pisado no qual eu  repiso sem o peso devido Eu lembro de ler que o olho do tornado não é tão escuro e nem tão violento que enquanto o envolto é esfacelado o clima é calmo e claro por dentro Aqui no Diário do Centro do Caos transmito as ondas de dentro de casa a quem interesse esse frágil sinal Há ainda vida na cidade fantasma.

Nota

Deixo aqui nesta mesinha, na folha em branco de recados, minha desculpa por não vir mais frequentar este ambiente. Confesso que tenho me forçado, de maneira improdutiva e contra producente, a tentar dar uma chance ao que outrora pensei ter talento para fazer, sem sucesso. Há meses, quase ano, que não sai de mim absolutamente nada que me agrada, que me encanta, que eu passo dias repetindo e que me da vontade de contar, recitar para as pessoas que eu confio, coisa que muito já fiz. Sou muito orgulhoso disso aqui. Acho que, se posso dizer, é o que fiz que me deu mais orgulho nesses breves vinte e três anos de minha existência. Escrevo desde que me conheço, escrevo aqui desde os meus dezesseis anos, mas parece que já não escrevo mais. Talvez eu tenha espremido tudo que havia para tirar ou talvez eu tenha me tornado menos, bem menos do que eu esperava quando tudo isso começou. Eu sei reconhecer meus momentos, o começo, a melhora, meu ápice. Por que não haveria de saber reconhecer o fim? T