Indígena

Sentado, no meio da selva
Eu ouço o som do silêncio
Dos deuses falando comigo
As vozes ecoam por dentro

A lua me olha distante
E as crenças que tanto me lembro
Me assombram na noite escura
Se materializam no tempo

De longe, no alto da serra
Eu vejo um ser flamejante
Com olhos por todo o couro
Percebo a serpente gigante

Que desce em rastro de fogo
Incêndio aterrorizante
Eu corro pra ver se me escondo
Das cenas do inferno de Dante

E em súbito e vão movimento
Encaro a maldita em face
Nos olhos reluzem os outros
Que deste já não fazem parte

Congelo, de olhos cerrados
E espero sozinho o abate
Os abro, e nada encontro
Miragem ou realidade?






*Em referência a lenda indígena do Boitatá.








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