Palavra-cruzada

Aprender

Definitivamente essa é a palavra desse ano, e não digo isso porque estou no terceiro ano, não, digo realmente porque estou tirando esse ano pra re-avaliar, re-desenhar e até testar tudo que aprendi até aqui, afinal, a adolescência é ou não é uma fase de experimentação

Certamente, posso dizer que as coisas caminharam de forma bem estranha até agora, sinteticamente falando meus últimos anos foram de uma inconstancia assutadora, talvez porque eu seja uma cara inconstante, talvez porque simplesmente eu tenho escolhido caminhos sempre diferentes e entrado nas casas com menos flores no jardim.

O mais interessante é que eu nunca tive medo da mudança, muito pelo contrário, sempre fui extremamente interessado pela metamorfose do cotidiano, variabilidade de pensamentos, flexibilidade de opiniões. Pra ser o mais honesto possível, eu sou completamente por essa palavra, "mudança", é uma qualidade apenas dos seres isentos da escolha obrigatória do instinto, aliás, como já dizia o poeta em um poema hoje quase popular, "ser flexível não significa ser fraco ou nao ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados".

Em um resumo breve parafrásico, digamos que eu fui testado, mas testei muito, que eu reprovei pra muito gente, e também reprovei outros, eu fui medido, também medi, e muitas vezes fui considerado inapto para o trabalho, assim como muitas vezes tive perdi centelhas de esperança pelas pessoas que eu mais valorizava, isso tudo, é muita coisa. Foi importante pra mim poder olhar como um espectador e analisar as coisas que fiz, de certo, errado, bom e ruim. Já me sinto mas preparado para a vida, menos emotivo, muito mais centrado, menos utópico, muito mais sarcástico, definitivamente menos sociavel, mas ao mesmo tempo, muito mais experiente com as pessoas.

Não quero de forma alguma desapontar ninguém, mas todos passamos por fases e eu acho que posso dizer que estou no final de uma, ou da ausência de uma, me lembro muito bem o quanto tentei nesses anos procurar um lugar ideal para me encaixar, procurar uma identidade, a verdade é que eu não tinha uma, assim como nenhum adolescente que se preze tem, finge que tem, e se não admite, não foi adulto o suficiente para assumir ainda, ou foi adulto demais para não saber o que é adolescência.

No final de mais uma jornada, o que realmente fica são as lições e milhares de estórias que certamente valem a pena serem contadas, minhas história, de gente de verdade, vivida de verdade, muitas vezes com gente que hoje eu já não acho de verdade, mas que fez muita diferença na formação do meu caráter, ou da falta dele.

É muito bom crescer aqui com vocês, poder dividir e ser um pouco ouvido.

Se eu tenho algum conselho para dar até agora é "viva sua vida o máximo possível", uma pessoamuito especial me disse isso em um momento muito especial, e me marcou profundamente pela profundidade da frase, ou seja, não tenha medo de ser mais feliz, não se acostume com o rancor, com o individualismo e com o resto do mundo, se acostumar com isso seria deixar de estranhar, e deixar de estranhar coisas tão superficiais seria um desastre. Falando sério, contando comigo, eu conheço umas três, qutro pessoas que posso dizer que figuram nessa lista, e eu não me considero um membro permanente, mas no caminho certo.

Bom, mais uma vez me despeço, sei que não costumo fazer resumos assim mas, perdoem-me, serve como uma forma de auto-análise bem proveitosa.