O dever-ser.

Do assento de onde te olho
eu imito teus gestos de longe
e enceno minha vida em teu corpo
pra saber se teria a coragem
de acordar com o peso do mundo
pendurado e largado nos ombros
de aguentar as derrotas constantes
e as vitórias em mundos distantes.

As verrugas tomando o espaço
ocupando a imagem de outrora
mitigando os sonhos de ontem
e "as preces que nos desapontem,
já rompi com essa nossa senhora"
o suor dando as margens da face
o cansaço que não vai embora

Eu queria pegar em punhados
esses pesos que tens em seus dedos
levantar com a força de um jovem
e quem sabe servir de acalento
ao fazer algum sonho possível,
estampar nosso nome em um pódio
por alguma vitória invisível

Mas me vejo em camisa de força
e percebo a minha impotência
me recolho e me encontro sozinho
no entolho de minha existência
e entendo que era ingênuo
"ó maldita e insana inocência"
 te dar tão almejado sustento
é tirar tudo que me sustenta.


Obrigado.





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